Maria Bonita é a nossa galinhazinha galizê. Gostou muito do ninho e foi logo se ajeitando. cantarolou, ciscou de lado, juntou gravetos e pronto, agora sim, aninhou-se sossegada.
Também, com tantos ajudantes!
Uma porção de olhinhos curiosos, fazendo silêncio, não balançando a ponte, cobrindo de mimo aquele casalzinho apaixonado! Trouxemos palha, grama seca e tudo o mais que servisse pra aquecer o ninho. Foi aí que o professor João trouxe e nos apresentou o indez. Na palma da mão ele mostrou pra gente, lisinho e redondo, um ovo. Explicou que, indez, é o primeiro ovo, aquele que inaugura a ninhada. E não é que deu certo! Maria Bonita destramelou a botar. Uma porção de ovos miúdos, branquinhos, delicadas caixinhas de guardar vida. Todos os dias a cantoria era certa: bote-bote-bote botei ovo! botei ovo! Gritava a galinha galizé que é bem pequena, mas faz um barulhão danado quando bota. Porque ela quer que toda a gente fique sabendo do seu ovo.
e bota 1, e bota 2, e bota 3,
e bota 1, e bota 2, e bota 3,
e bota 4, e bota 5, e bota 6,
e bota 7, e bota 8,e bota 9,
e bota 7, e bota 8,e bota 9,
e bota 10!
Uma dezena de dias de muita cantoria! Uma dezena de caixas redondinhas, sem chave, nem campainha.
- Mas, professor, como os pintinhos vão sair daí?
Uma dezena de dias de muita cantoria! Uma dezena de caixas redondinhas, sem chave, nem campainha.
- Mas, professor, como os pintinhos vão sair daí?
- Como vão respirar, se está tudo fechado?
- E se a gente fizer uma janelinha pra eles espiarem o mundo?
Até que passados uns dias, a cantoria e o alarido cessaram. Não se via mais Maria Bonita passeando pelo terreiro. Porque ela só queria ficar quietinha no ninho, agasalhando os ovos, vigiando as horas. Com toda a paciência do mundo! Demorou 21 dias para que o professor Eduardo anunciasse a chegada dos pintinhos. Eles bicavam a casca dura do ovo, punham o bico de fora e se mexiam até quebrar a caixinha e ganhar o mundo.
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