E o professor explicou:
"Ensinar exige convicção de que mudanças são possíveis" P. Freire |
__ Se não descompactarmos a terra, ela não
consegue abraçar a raiz. Olhem devagar, sintam a textura da terra, dura e seca, apesar de tanta chuva
que tem caído. Sabem por quê?
A gente ainda não sabia.
__ Porque o grilo, a cigarra, a minhoca não moram mais aqui. Nenhum bichinho escava cavernas ou come restos de folhas para fabricar o húmus que fortalece a planta e sustenta a vida. Daí, a terra fica assim, só servindo pra gente pisar em cima. Desse jeito, quando cai a chuva, em vez de trazer bonança, vem arrastando pau, pedra, lixo. ... Assoreia os rios, derruba pontes, abre crateras. E no lugar de trazer vida, traz enchente, alaga ruas, destrói casas e provoca destruição. A natureza é sábia, não fosse a ação humana, devastando tudo, o ir e vir das flores e bichos aconteceria naturalmente. Agora, antes de plantar, precisamos dar uma mãozinha à terra.
Nossos olhos estavam grandes assim, compreendendo o tamanho do mundo. Então,
antes de transplantar as primeiras mudas, que há alguns dias semeamos, resolvemos fazer uma dança em homenagem à terra. Num minuto
a ciranda se desfez e se refez, e já éramos então uns curumins tapuios, de mãos dadas, dançando o “Uarirê”, saudando terra e sol.
Depois pedimos licença pra mãe terra,
arrancamos parte da raiz da mandioca e seguimos em direção à cozinha para
transformá-la em alimento e compartilhar o gosto do que foi ensinado e aprendido.
( relato de atividade - professora Elizete e alunos do 1º e 2º
ano)
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